21.11.12

Carrinho de boa vontade

Com certeza um dia diferente...

Fui aos correios para enviar uma simples correspondência e acabei sentido um ótimo sentimento que ainda não havia experimentado.

Estava na fila para o caixa e, enquanto não chegava minha vez, observava o interior da agência procurando alguma distração para os olhos, foi quando descobri uma bandeja azul cheia de folhas em seu interior. Eram as cartas endereçadas ao Papai Noel e a qualquer outro indivíduo de nome popular que pudesse apadrinhar um ou vários daqueles remetentes, e eu nem almejava me intrometer nessa via de sonhos e crenças, não sei porque... mais nunca tive essa pretensão.

Contudo um novo sentimento, como uma metamorfose ambulante, fez brotar uma vontade de conhecer aqueles sonhos descritos quase de forma primitiva, em folhas de caderno ilustradas com gravuras feitas a mão e repletas de esperança. Me aproximei da bandeja e me deliciei com a pureza e simplicidade das cartas. Li, li e reli várias delas até que uma me escolheu, a qual dizia após seu pedido a seguinte frase: "Se você não poder midar pode midar outra coisa".

E assim, aos 26 anos, conheci a famosa "magia do Natal", um presente sem obrigações, sem pressões, com apenas a boa vontade e a esperança de dois destinos que se esbarraram apenas pelo sincero motivo do Natal: a confraternização.

11.10.12

Autoconhecimento


Há dias em que nada faz sentido, o café não te acorda, o sol esquece de brilhar, a chuva aparece, ninguém te compreende e mundo parece não girar no mesmo sentido de sempre. Nesses dias, muitos de nós, queremos jogar tudo para o alto e fugir para um lugar tranquilo, onde possamos encontrar novamente a paz.
Por outro lado, temos consciência que não se pode deixar a vida em stand by sempre que as coisas não se encaixam. É preciso viver e aguardar que elas façam algum sentido mais tarde.  O que me faz lembrar um trecho do consagrado discurso de Steve Jobs na Universidade de Stanford: “Então tem que acreditar que, de alguma forma, eles vão se conectar no futuro. Você tem que acreditar em alguma coisa – sua garra, destino, vida, karma ou o que quer que seja. Essa maneira de encarar a vida nunca me decepcionou e tem feito toda a diferença para mim.”

Jobs era budista, e através dessa religião conseguiu se conhecer muito bem. (outras religiões e outras fés também prezam o autoconhecimento) A meditação e os conceitos do budismo auxiliam na introspecção do indivíduo, e isso culmina no autoconhecimento, o qual acredito ser o grande diferencial dos indivíduos que vivem plenamente suas vidas em paz.

Saber que nem todas as coisas que fazemos nos trará contentamento instantâneo, saber que se arrepender das coisas errôneas que fez é o melhor remédio para tornar-se uma pessoa melhor e saber que antes de tentar entender o porquê do ontem é preciso entender o porquê do hoje e talvez seja somente esse porquê que verdadeiramente interessa entender.

21.9.12

Um Pouquinho de Futuro


E se pudesse saber que está indo no caminho certo? Que o sacrifício de hoje lhe trará glórias amanhã, ou que o sacrifício de hoje é apenas uma preparação para desafios ainda maiores, ou ainda que amanhã tudo se tornará um mar liso com uma brisa refrescante.

Faria diferença?

Para os que possuem uma fé inabalável poderia não ser útil, mas se pensarmos “friamente” conhecer um pouquinho do futuro poderia ser um ótimo remédio para a ansiedade que atormenta a maioria das cabeças humanas.

Pensar em fazer uma prova ou participar de uma seleção de emprego e já saber se vai dar certo ou não. Isso pouparia muito o tempo e o desgaste mental das pessoas.  Mas faria sentido? Posso dizer, com certeza, que faria! Como também posso dizer, com certeza, que muitos dos humanos que convivem conosco e participam das mesmas provas e seleções de emprego que participamos já usufruem dessa percepção, pelo menos é uma das explicações plausíveis para os diversos processos de seleção que acabam em indicações ou contratações ”sem pé nem cabeça”. Ou seja, o humano especial que está ao nosso lado na entrevista coletiva já sabe que a vaga é dele e o recrutador, vez ou outra, também possui tais poderes, contudo pela ética o processo seletivo decorre normalmente até que o futuro se faça presente e a comprovação seja a realidade.

E aí? Que tal um pouquinho de futuro?

9.8.12

Felicidades




E lá esteve ele, mais uma vez em uma encruzilhada da vida, onde parar, pensar e calcular a probabilidade de se alcançar a felicidade por determinado caminho é fundamental.

Buscar a felicidade é algo que quase todos nós fazemos, todavia são raros os que a buscam de maneira racional e com sobriedade, devido a constante associação de felicidade com bens materiais.

Mas para ele a felicidade ainda era um genuíno sentimento, o qual ganhava forma e cor no azul ciano dos olhos daquela menina, olhos que expressavam uma alma pura e sem vícios ou rastros de felicidade comprada em algum varejo por aí. Por isso era difícil compreender o porquê de seguir para outro caminho, se para ele a felicidade estava ali e em torno daqueles olhos.

Alguns podem dizer que “a vida é mesmo assim” e outros que “há coisas que não se pode entender”, e na verdade ele não precisa entender tudo o que acontece, mas sim ter orgulho do que já se fez e do que ainda está fazendo. Se ele já havia encontrado a felicidade e mesmo assim a vida lhe fez seguir por outros caminhos, talvez seja os desígnios para seguir adiante e encontrar outras felicidades, felicidades de outros “eles”.

Enfim esse texto não precisa acabar... só precisa continuar...

27.7.12

A Sensibilidade


Uma obra de arte seria apenas algo inquietante se alguém não tivesse a sensibilidade de tentar compreender o mundo do autor ou o mundo que ele quis expor. Da mesma maneira que a execução de uma peça musical seria apenas notas livres obedecendo apenas à métrica rítmica da mesma, se não houvesse o sentimento do músico buscando, entendendo e respondendo o “porquê” de cada nota.

No mundo prático o qual vivemos, a sensibilidade perde espaço para o tempo, para a pressa, para a famosa “correria do dia a dia”. Poucas pessoas exercitam sua sensibilidade durante uma peça teatral, um filme, uma música, entre outros, preferem discutir os defeitos do mesmo, como uma má atuação do ator, uma falha na luz, um efeito especial que poderia ser melhor, a falta de virtuosismo do intérprete, enfim os pontos positivos são deixados de lado pela grande maioria e os negativos enaltecidos.

Assim, vez ou outra nos deparamos com pessoas que mesmo em condições de vida bem difíceis conseguem ajudar outras, elas possuem a sensibilidade e o discernimento que a ajuda vem de um simples sorriso ou de palavras de compreensão ao próximo. Essas pessoas prestam atenção a cada palavra ou gesto de outro indivíduo qualquer, assim como fosse uma importante peça teatral, com importantes atores e uma expressiva equipe técnica. Pois sabem que palavras e gestos de um dia qualquer podem expressar respostas as suas constantes dúvidas e assim seu caminho poderá chegar a um final mais próspero, que só é alcançado quando se conhece o verdadeiro significado da humildade.

16.6.12

Um Solitário no Dia dos Namorados



UFA! O dia dos namorados passou!

Não me levem a mal os casais apaixonados, até tenho um apreço muito grande pelos românticos que fazem dessa data um dia cheio de coraçõeszinhos, flores, perfumes e cartões sentimentais. Entretanto passar meu 1° dia dos namorados sozinho é difícil depois de anos, décadas e quem sabe até séculos e milênios vividos no mundo do amor com uma pessoa que dava sentido a cada segundo, centésimos e até milésimos de segundo vividos ao seu lado.

Eu até poderia continuar escrevendo e descrevendo a melancolia de um amor que foi bom mas que passou, por isso agora tenho que construir meu presente. E foi assim que tentei passar um dia normal nesse 12/06, mas é claro que o dia dos namorados sempre foge de qualquer normalidade.

Logo cedo fui a padaria comprar meu café da manhã e o atendente já me fez lembrar da comemoração (que eu não havia esquecido mas gostaria que ninguém lembrasse):
- Café da manhã especial para a patroa, né? Leva na cama que ela vai pirar!
Eu sorri discretamente e agradeci pelo conselho.

Já em casa fui ler um livro que tinha certeza que não me lembraria de histórias românticas e tomaria um bom tempo do meu dia.

Chegando a hora do jantar resolvi pedir uma pizza, já que o almoço tinha passado só com um lanchinho, e assim também diminuiria os riscos de novas surpresas do dia dos namorados. A pizza chegou normal (quero dizer sem aditivos da celebração dos namorados), pelo menos era o que eu achava até cortar a metade da “margherita”, ao fundo da embalagem visualizei a ilustração de metade de um coração. Logo conclui que ao pegar a outra metade formaria o desenho completo de um coração e somaria a isso uma bela mensagem aos casais apaixonados. Contudo ao pegar a outra metade da pizza percebi que era sim uma mensagem de carinho, não só aos namorados, mas sim aos solitários desse dia, a mensagem dizia:
- Feliz Dia dos Namorados! Aos namorados e àqueles que ainda buscam a metade de sua “margherita”.

Crônica feita para o Me separei e agora?